sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sándor Marai

Homem do séc XX, o viveu "por inteiro",do seu início até  o ano da queda do Muro de Berlim,"data" da  virada das mentalidades dualistas herdadas do pós 2ª Gerra.Que autor!Sem digressões, profundo,emociona.Sua Ester pode dar as mãos à Eugenie Grandet e ficar com ela junto às mulheres da ficção mais significativas pra qualquer sensibilidade interessada.Recomendadíssimo!


...o império aterrorizante do instinto de massa espalha-se sobre os territórios imensos da civilização de um dia.A sociedade em que vivo é indiferente não apenas às realizações máximas do espírito,mas também ao estilo espiritual da média do homem comum...eu  repudio o gosto costumeiro,os entretenimentos e os anseios das multidões contemporâneas,vejo com reserva suas realizações ,as ambições tecnológicas e os recordes sucessivos que aplacam as massas me parecem fatais.O homem de espírito é um ser solitário...e até o último minuto...desejarei prestar testemunho de que houve um tempo e viveram algumas nações que proclamaram a glória da razão sobre os instintos, e acreditaram no poder de resistência do espírito,capaz de conter o desejo de morte da horda”.

Sándor Marai(Hungria 1900-1989)
(sem data de publicação original – antes da primeira metade do séc. XX)

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