quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cotidiano e Poder

   É o título de um livro,Quotidiano e Poder em São Paulo no séc. XIX,de Maria Odila Leite da Silva Dias - que foi assistente do Sérgio Buarque de Hollanda;que faz o quadro da vida das mulheres "chefes de família".As pobres;as remediadas,devido a alguma ocupação/profissão(doceiras,lavadeiras,costureiras,caixeiras,e quetais) ou as que não seguiram as regras/controles e tiveram vida própria e pagaram o preço.Isto é mais velho que o mundo,mas muita gente finge que não existe exatamente para justificar acomodação,submissão,ou simplesmente aceitação do que seria o "papel feminino".Daí a violência, até as mais "sutis";crueldade psicológica e tudo que nos acompanha desde a saída do útero,para nos enquadrar e tentar manter sob jugo.Por que me lembrei de uma leitura assim longinqüa,da época da faculdade?Porque,além de ver o esforço de colegas para serem "modernas":trabalhar,ser donas-de-casa,manter a aparência e mais mil coisas ao mesmo tempo e o desgaste que sofrem para estarem à altura das cobranças,estou chocada com a história de uma parente,casada há uns 30 e poucos anos, que,ano passado,foi alertada pelo marido da amante que seu próprio marido mantinha há mais de 15 anos(ou seja,metade do tempo em que está com ele) da história sordida que havia descoberto e que....continua o casamento.Sim!Com os filhos adultos e cuidando da própria vida ela que,super dona de casa sem estudo numa família de mulheres que todas têm profissão e formas de se manter,não tem um gato pra puxar pelo rabo.Minha mãe disse:"ela adora o marido",eu repliquei "e não gosta nem um pouco dela mesma".Fora não ter pra onde escapar nem como se virar sozinha.Um caso num milhão dos que acontecem cotidianamente.Deu dó e pena,mas também muita raiva de ainda,no 3° milênio,acontecerem situações assim tão da Idade da Pedra.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um dia de cada vez,e tem sido o bastante

Tem época em que até um dia de cada vez é difícil,isto sem fazer nada a não ser conseguir sair,ficar no  trabalho e voltar .E é um alívio tão grande chegar  em casa que nossa,não tem como exprimir.Mesmo com a máquina nova que era pra chegar no sábado  e trouxeram ontem à noite e ficou na sala ,tá chovendo e não dá pra ajeitar na área que é aberta;com o mercado que deveria ter feito há uns dois dias e não deu;com a o resto de tudo que só faço dar uma ajeitada ,e o chuveiro queimou e......bem,escrever  me desafoga,ficar quieta também.Mais tarde farei um pouco de tricô,leio,vou dormir e  amanhã ter que sair novamente.Mais ou menos três anos e meio até  aposentar,ter uma rendinha e meu tempo pra mim.Preciso de sossego,me faz bem e ocupo o dia inteiro com coisas proveitosas,uso a cabeça,longe de ambiente rasteiro,de gente pequena,invejosa e baixa.Agradeço tanto  ter conseguido a readaptação e peço força pra continuar.Agora vou ver as coisas bonitas deste mundo maravilhoso de quem cria com as próprias mãos e me inspirar para ir adiante.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Para bebê


     Pela primeira vez!Sério.Só tinha usado fio tão fino assim para misturar com outros,quando fiz ponto turco e usei agulha grande.Agora,agulha 3,5 e fio específico,ai.Fofo,fofo,fofo,uma delícia de tocar mas difícil de segurar no início e,como sou lesada ,não consigo mudar “minha conta” pra fazer os quadrados - mudo sempre as agulhas dependendo da espessura do fio para alcançar diferentes tamanhos -vai aos poucos e mesmo a “medida de bebê” sendo menor,vai demorar um pouco pra finalizar a primeira peça.Mas com um terço já feito e o novelão ainda “fornido” talvez faça um conjunto de manta,touca e sapatinho,porque ainda tem um igual fechado e encontrei uma receita de sapatinho que entendi,finalmente.Casaquinhos só quando encontrar uma receita básica do básico,porque até agora,não assimilei nenhuma!Touca eu aprendi fácil,é só  encurtar “minha medida” pro pequetititos,acho.Rssss.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Bráulio Mantovani;e a síndrome do coitadinho

O Bráulio Mantovani foi o roteirista do Cidade de Deus e que  colocou o c****** na boca do povo quando o Zé Pequeno “cresceu” e deixou de ser  Dadinho;dentro do filme encaixou que foi uma beleza só que,desde então,não bastasse a já conhecida “ignorança  nacional que astravanca o progreso” – frase de um dos coadjuvantes da Escolinha do Chico Anysío – é isso o dia inteiro!Usado como pontuação,respiração,sujeito,verbo,predicado,adjetivo e tudo o mais.INSUPORTÁVEL!!!!!!!!!Fora as variantes mais ralé ainda,terminadas em “aio” ou “ai”.
   E com aquela pessoa que  até que enfim saiu do Alvorada tudo piorou:além da ignorância,preguiça,inveja, está acontecendo a “sídrome do coitadinho”,aqueles que “só  a vida deles é ruim,porque alguém/algo atrapalhou”.Gente que está há eras sem mudar um milímetro em conduta,pensamento,atitude e quer que o mundo pare pra empurrar o abestado.Ou o “indenize” por não ter conseguido sei lá o que queria.E  qualquer um que não se arraste igual é “Rico”.Tenho vontade de bater,chutar,esmurrar!!!!!!!!!!Pra tudo que a gente consegue deixa um monte de coisas pra trás;tudo é com esforço e não existe quem não tenha levado uns tombos feios pelo caminho!!!!!Vai se coçar!Se vira!Se eu ou qualquer pessoa da minha família fôssemos reclamar de dificuldades estaríamos onde,hoje?!?!

       Sim,desde o dia 2 voltei ao trabalho e o entorno.....MISERICÓRDIA!!!!!!!!!!!!!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Trabalhinhos

         Minha avó falava que não dá pra abraçar o mundo com as pernas e lembrei disso porque estava,ultimamente,com a cabeça fervendo,querendo tricotar-crochetar-costurar e etc,sendo que as férias acabaram e o tempo em casa diminuirá muito.O  período de licença o ano passado foi maravilhoso mas,agora,tenho que me esforçar o quanto puder e só jogar a toalha quando pesar,mesmo.Então,semana passada ajeitei o material craft num canto pra não ficar "me tentando" e fiz mais um "cachequinho",como chamo meus paninhos de pescoço - com um fio de algodão com pelotes,que só consegui usar colocando dois fios juntos;ficou uma fofura de tocar e levinho,levinho.Arrumei(mais uma vez) as lãs,pra deixar no jeito as que pretendo usar e ontem cheguei em casa com minha manta "me chamando".Fiz mais uns quadradinhos e hoje terminei de montar,falta só o entorno.Ficou com um avesso bem melhor que o da anterior.Tirei da espera o meu "crochê experimental(já que não sei fazer crochê,hehehe),que será uma coberta pra cama,com seis partes(duas estão prontas e unidas) e separei uns tecidos pra por mamis pra se mexer e resgatar a costureira que existe nela.Ai,ai,quem me dera ficar assim:lendo,escrevendo,usando as mãos e em casa,mas....





quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

De perto,ninguém é normal

     Esta frase/verso é do Caetano,na música "Vaca Profana" que a Gal gravou eras atrás.Sempre lembro porque,além de repetí-la,tento incorporar.Somos,individualmente,uma miscelânea tão grande de experiências,dores,(des)amores,vontades,instintos,sensibilidade,energias(muitas vezes mal aproveitadas)e um etc do tamanho do mundo,que fica complicado quando alguém "não se encaixa" no modus vivendi da maioria.
     Digo isto por sentir na pele:sozinha e independente,"intelectual"(classificação ampla,não que exerça funções acadêmicas)morando na periferia,sou um ET apontado na rua,motivo de comentários e observações,muitas vezes gosseiros e ditos em voz alta.Acham que sou lésbica porque não corro atrás de homem e fujo de algumas criaturas que têm aquelas abordagens "Cro-Magnon" - ou seja,troglodita(coçar o saco ou lamber os beiços).Se não estou com ninguém é porque não encontrei companhia,colo,respeito,afeto,sintonia e,nessa altura da vida,fujo mesmo de encrenca.Sexo casual é pra quem já se coisificou eu não consigo,não está em mim.Atualmente,vivo,deixo o resto pra lá.Não vejo ninguém alegre,satisfeito e feliz por "como todo mundo".Ao contrário,muita gente repete comportamentos porque são "socialmente aceitos" e não percebem as encrencas em que se metem ou as cargas de problemas que se arranjam e as deixam sentindo-se mal,sem perceber de onde vem o incômodo.
Por exemplo:conversando com uma colega que deve ter uns trinta anos,escutei que tinha passado por uma "decepção grande demais",que depois de cinco anos de "namoro" e com o namorado "não conseguindo" ,ele confessou ser viado.Oras,perguntei pra ela:você não queria ver ou o quê?Porque houve coisas,segundo ela, como ele dizer que queria ser "como ela",fazer luzes na mesma época;além dela escutar gozação até de cunhado e parentes dele.Bem,ela respondeu que ele era bonito e que tinha gente na sua vizinhança com inveja dela por estar com ele.Bem?!?!?Ficar com uma pesssoa pra "mostrar"pros outros e se achando a pior mulher do mundo por não despertar instintos inexistentes?!?!Só pra ter namorado?!Misericórdia!!!!!!Falei pra ela agradecer por estar livre e repensar tudo,tudo,tudo.Mas....e aí é que é o triste,a pressão é pra que se case,seja lá com quem,tenha filhos(como se fossêmos máquinas reprodutivas) e continue ,"porque assim é que é o certo"?!?!Que certo?Que errado?Fingir,mentir,(se)enganar como o tal do cara e ela fizeram durante todo este tempo?!?Mostrar ser o que não se é?E todos ao redor "fingindo".Sociedade,família?!?!Sério?!Não,decididamente,não pode ser normal!!!!!!