quarta-feira, 13 de novembro de 2013

está mais ou menos assim:

Dependendo do médico em que você passa,do que ele acredita,da vivência profissional ou falta dela - ou das restrições que ela provoca-a sua "normalidade" passa a ser encarada de outro jeito.Pior,se acontecessem na sua vida coisas surreais como na minha,a visão que tem é muito pouco lisonjeira e te deixa duvidando de você mesma.
Explico:desde 2007 preciso de tratamento psiquiátrico e ,à exceção de um clínico geral geriatra que me atendia em Ferraz e que diagnosticou minha depressão como severa e crônica,me explicou a química do cérebro, os picos de ansiedade, como a timidez/fobia social agia,identificou a crise de pânico que tudo isso provocou naquele momento,os "fatores desencadeantes" e do processo todo que acontece até que a doença se instale,os outros focam no que veem e você pode morrer de explicar o que sente ,as situações que te levam ao desespero que,a não ser que se arraste pelo chão,chore,esteja  em surto(já passei por isso),acham que você "está bem" por conseguir apenas não apresentar o quadro "pirada".Eu,já chorei muito,agora,quando sai é porque estou nas últimas.Tenho uma grande  capacidade de resistência à dor física que o reumatismo formatou,consigo me expressar claramente,rio muito apesar de tudo e mesmo não sendo uma criatura produzida,sou arrumadinha.Normal?Na medida do meu possível,onde sair de casa para trabalhar é um esforço olímpico ,calcula qualquer coisa a mais.
Bem,e se disser pra vocês que o que tem me tirado a paz e a alegria que foi momentânea logo após a mudança em agosto,depois de tanto custo para conseguí-la,é continuar a escutar o vizinho,este sim  louco, que me perseguia em Ferraz?Lembra,contei aqui o que passei nos quatro anos e meio que fiquei por lá, depois da crise que me fez sair do ap onde morava desde 1999.
De agosto para setembro,quando recomecei a escutar o escândalo achei que realmente tinha perdido a razão de vez,porque perguntando  para o porteiro pelo interfone escutei que"não,não tem nínguém gritando",numa outra noite,chamei a polícia e o policial repetiu quase a mesma frase,acrescentando que certamente era "alucinação",que ninguém teria me seguido e nem estaria nas redondezas(coisa que a psiq repetiu quando relatei a coisa pra ela,me receitando exatamente um antipsicótico que tomei,fazer o quê,tratamento é tratamento).
Mas a coisa continuou,continua e agora com direito a pessoas que conversam com a criatura e ele já contou que veio de Ferraz,muitos tem dó outros o xingam e tem sido assim,direto - ele do lugar aonde se muquifou ou recebeu acolhida(há dois canteiros de obra nas ruas ao lado e atrás do prédio e um prédio fechado com um terreno  que dá exatamente nos fundos do meu prédio) e as pessoas pelas janelas.Mas.....consegui tirar a dúvida!O ap ao lado do meu recebeu uma família jovem,casalzinho com um menininha de três anos que...repetiu um dia  o que a criatura gritava e perguntou  inocentemente para mãe se ele ia me matar mesmo!É.Depois disso,registrei um boletim de ocorrência pela internet ,pra ter alguma proteção,algum consolo.
Ninguém até agora veio à mim perguntar,nem nada,o que achei bem estranho,mas,enfim,mal completei três meses lá,passo o dia fora(quando consigo sair) e a situação é completamente anormal,surreal,quase irreal se...não acontecesse.
Não sei mais o que fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário