sábado, 7 de fevereiro de 2015

Água:escassez no mundo da abundância e toda uma sociologia

Não tem como:em qualquer lugar que vá,seja lá com quem encontre, qual é o assunto mais debatido?A falta d 'água.Reservatórios vazios em todo o sudeste(coisa que a imprensa só agora divulga plenamente),escassez de chuvas e o quadro negro do nosso futuro está desenhado,porque a recuperação(se houver)será lenta ...percebe-se a sensibilidade aflorada,tem gente que fica com os olhos marejados quando cita a situação onde mora,sim,porque as diferenças começam aí:tem lugar que está de torneira seca faz tempo,ou recebendo água imprópria,suja;em outros como aqui,estamos na "redução de pressão" - que faz com que fiquemos na expectativa de também ficar sem e dá uma certa angústia há  cada uso(:será que será o último?
No mercado,semana passada,várias pessoas com carrinho cheio de água mineral,comprando a mais o que não tem/não terá das torneiras.procurando se prevenir mas aquecendo o "mercado" do produto,que também já subiu os preços,tanto quanto caixas d'água e afins- sim,sempre tem quem lucre com a situação,seja ela qual for.
Todo um "assunto" acerca do como armazena-se água,quantos baldes,bacias,tonéis serão necessários e como conservar esta água."Água usada" mudou de status e sim,está sendo a "heroína" para poupar a água limpa.





O governo não fez nada,esperou as eleições e agora,reeleitos tanto aqui como em Brasília,mostram as "medidas" que tomarão,as obras que farão...tudo para algum futuro ,meio incerto;de fato,culpam e penalizam a população (aumentos nas contas de água e eletricidade)que ainda por cima,se coloca como fiscal ,"para flagar desperdício",desviando a atenção da falta de responsabilidade eterna deles.

Na Folha de São Paulo,apareceu um artigo bem interessante sobre como a "cidade dos rios" busca água há milhares de quilômetros de distância- canalizaram ou aterraram córregos e rios por causa das enchentes - ficando dependente exatamente de interligações mal pensadas ou pensadas no imediatismo em nada mais.O título "Tem mas acabou"  é bem o que acontece: eis o link - http://tab.uol.com.br/agua/




E muda-se todo um cotidiano para lidar com o problema,fazendo economia de guerra e reutilizando o que antes ia ralo abaixo ,sim,bacia embaixo do chuveiro,baldes para acolher a água cinza,descarga desativada (temos que decidir para que a água "limpa" precisa ser usada)e rezando pra ficar só por aí, O baldão cheio de reserva está para o que der e vier e ainda não foi preciso recorrer a nenhuma medida mais extrema além disso e de escolher produtos de limpeza de uso direto,sem água, e detergentes  + água sanitária, mais potentes para a privada(numa quantidade bem maior que a comprada antes).


A água que vem ainda é limpa,sem cheiro e/ou resíduos e na região , o que a Sabesp fez, foi aumentar o horário de "redução de pressão":15 horas,do meio do dia até às 6 da manhã do outro ( informação que temos que ter na ponta da língua)bem diferente de outros lugares onde só e simplesmente não existe mais a "água corrente".

É,somos adaptáveis e nos viramos,damos um jeito pra tudo,mas com um sentimento horrível de estar à mercê de serviços inaptos,governantes desonestos e de não termos mais direito a nada,agradecendo por manter uma vida "confortável",já que no país,metade da população sequer tem saneamento básico.Uma sensação de impotência imensa.Abalou bastante os hábitos e costumes de uma gente acostumada a ter tudo á mão,fácil e rápido.Nossa arrogância está sendo domada,temos que sim,nos abaixar,levantar as bacias, baldes e etc - coitadas das empregas domésticas porque garanto que serão elas que em muitos lugares farão,mais, o "serviço sujo".

Sim,a ilusão acabou,São Paulo(o Sudeste aliás) está tão desprotegido quantos os rincões,nós apenas não tínhamos sido colocados em situação de precariedade igual.sabe-se lá o que ainda nos resta conhecer da nossa "realidade".






PS;as meninas do Superziper colocaram alguns links ,com idéias para o uso racional da água,reuso etc:


http://www.superziper.com/2015/02/link-love-agua.html

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