segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A gente não se prepara para envelhecer e nem ver os "velhos"com quem crescemos, deixando de ser o que eram

                                          tio avô ,prima e tia(irmã mais velha da minha mãe)
                                                          Tio avô e tio caçula


                                                         Tio,tio avô e primo da mãe


Minha família teve até os anos 80/90 do século passado o privilégio de conviver com "velhinhos" ativos,lúcidos e que animavam a todos.Avós(tem fotinho deles ai ao lado),tios/tias-avós,primos mais velhos da mãe,etc;é lógico que nascidos nos começos do século,aproveitaram e cresceram com  todas as transformações e contavam suas histórias ,experiências.Enriqueceram nossa existência e  mesmo todos tendo origem muito "humilde" ,eram ricos de vida.
E foram-se aos poucos.
E começaram a ir também os não tão velhos,há 15 anos o tio caçula o mais próximo, de nós foi-se aos 60 anos;depois dele,o outro tio mais camarada do mundo.Muito antes do esperado.
À exceção da agora tia mais velha que é um fenômeno de aos 87 não aparentar mais que 50/60,os que envelhecem o estão fazendo sem "qualidade".Este ano foi-se a irmã mais velha da minha mãe que lutava contra o Alzheimer há uns 10 anos,mas até os 50,nem cabelos brancos tinha; e outro irmão  também já não reconhece mais ninguém.
O que acontece?!?!
Minha mãe,82, está firme e forte,mais que eu -  os 31 anos de diferença não são a meu favor.
É,e meu irmão um ano e meio menos velho  que eu também se diz cansado.
Por quê envelhecemos pior que nossos antepassados?Por quê nos  desenvolvemos menos que eles,tendo sido criados com "mais" meios - que seriam "melhores" se realmente nos tivessem feito assim.Será que aquela vida de eternos trabalhos e preservação da família era o segredo?

Nossas lutas e canseiras não foram as mesmas,mas todos passamos muitos perrengues,por quê neles não havia "marcas" ruins como parce que acontece conosco?
Recebemos todos aquelas experiências e o afeto dos nossos "velhos",mas nem ainda alcançando a idade deles,nos sentimos piores,mais pesados,exaustos.Será que depois da meia idade,quando e se chegarmos à velhice mesmo,estaremos em outra "fase"?É a droga da meia idade que traz estas indagações?Por quê antes não nos preocupávamos?
Sentimento estranho e situação existencial "chata".Continuamos vivendo,mas não me vejo sendo como eles conseguiram ser.A transmissão de conhecimentos e afetos parou lá?





                                                                            Tia avó

Nenhum comentário:

Postar um comentário