quinta-feira, 9 de junho de 2016

Não ficção:as novas histórias do Brasil

     Depois de desatrasar alguns dos  meus franceses(ainda estou "economizando",intercalando com outras coisas,pra não gastá-los todos - tá caro manter o hobby) procurei alguma leitura que fosse diferente do comum, mas que não pesasse - sem cabeça pra nhém-nhém-nhém -nem tivesse "teoria demais" e resolvi olhar para as outras estantes e tirar alguns volumes do esquecimento,daqueles que "humanizaram" a História,saindo do viés "vultos históricos"/"datas comemorativas" ou algum dos "ismos" que marcam os historiadores ,e os livros da Mary del Priori se encaixam bem nesta linha(os do Eduardo Bueno e do Jorge Caldeira também,nem tão recentes assim  não tenho mais os volumes,já foram embora no expurgo da última mudança)
A autora é uma "fábrica" de publicações - quem foi aluno universitário sabe o quanto alguns  dos professores nos fazem de mão de obra barata para pesquisa- e especializada na história "pátria" tem muitos títulos gostosos de ler sem ficar cheios de referências teóricas - apresentam boas bibliografias no final mas sem notas e outro artifícios teóricos.São mais "acadêmicos" que os 1808/1822/1889 (Laurentino Gomes) e não chegam à popularidade destes.Dela além dos que mostro hoje já li O Mal sobre a Terra( o terremoto em Lisboa em meados do séc XVIII) e tenho no kindle um sobre as mulheres no Brasil que ainda não "abri".Mas voltando ao assunto,de "historiografia" sobre a família imperial já li dois sobre a Leopoldina e seu traste de marido o Pedro I e   As Barbas do Imperador sobre o Pedro II e são teóricos,mais que qualquer coisa,livros de teses como costumo chamá-los,citando muito as fontes e referenciando-se nelas continuamente.
 O Castelo de Papel e O Príncipe Maldito mostram os "bastidores" da família imperial no pano de fundo do fim do II Reinado e da Proclamação da República,mostrando as pessoas atrás dos "vultos",as vicissitudes e mesquinharias da vida em família e os desdobramentos de seus problemas nos seus papéis sociais.Uma princesa herdeira que não conseguia ter filhos e deixou a sucessão conturbada por algum tempo(foi engravidar depois de onze anos de casada,daí teve 4);sua irmã ao contrário,prolífica(quatro filhos dos 17 aos 23 anos quando morreu;sendo que seu primogênito como "primeiro neto",sonhou em ser o "herdeiro" );dois maridos "estrangeiros" e hostilizados e um imperador envelhecido prematuramente e com "manias" que atrapalhavam tanto a família quanto a política. Tudo gente -como-a-gente?Só que não!



Isabel,o conde d"Eu e os filhos sobreviventes

Pedro Augusto,o que se "perdeu" em meio à história

Os dois livros se completam,eu já tinha lido o Príncipe e o reli agora ,depois do Castelo e fiquei com vontade de saber mais,daí foi Wikipédia mesmo para saber dos "primos",dos personagens "secundários" ao enredo original.Sim,enredo,pois são "umas Histórias" não "A" história.
                                                     Família quase toda reunida




Vou encomendar o da Barral(também da Mary del Priori) - dama da corte e amor do Pedro II e enquanto isso já estou com o Minha vida de Menina quase pelo meio;um diário de uma menina/mocinha básica do final do séc XIX.É,pra quem não gosta do período até que estou me divertindo bastante com ele.