quarta-feira, 1 de março de 2017

Livro: Quarenta dias

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Bem,este livro foi realmente um desafio.Nunca tinha lido esta autora e de literatura contemporânea e nacional,nada.Vi três resenhas em canais que gosto(as Booktubers Isa da Lido Lendo,Gisele Esbespächer e Aline Aimée) e as três além de elogiarem demais a narrativa,se apaixonaram pela personagem principal.Fora que este livro ganhou um Prêmio Jabuti em 2015,e elas falaram tanto da autora,que é freira além de escritora,que dá palestras incríveis e que para este livro,fez um "laboratório"indo realmente para Porto Alegre e ficando nos lugares que descreve;fora uma analogia com a Alice do Lewis Carrol,então resolvi ler.

A história é mais ou menos a seguinte:Alice um professora se aposentando sofre uma chantagem emocional/existencial da filha  e "fecha" a vida que levava em João Pessoa e se muda para Porto Alegre para fazer o que a filha queria.Estranha o espaço "preparado" onde vai morar,a cidade e tem estranhamentos com os gaúchos por ser "brasileirinha"(negra e nordestina).A filha,simplesmente esquecendo o que fez a mãe fazer,muda-se com o marido e vão estudar na Europa,deixando Alice perdida neste mundo desconhecido onde foi parar.Recebe uma ligação de uma amiga de João Pessoa e a pedido dela sai em busca de um jovem,também paraibano que também veio para Porto Alegre e que há um ano não manda notícias para sua mãe,amiga da amiga.E os quarenta dias do título são exatamente o tempo em que Alice só e simplesmente larga apartamento e a "vida nova" para se enfiar na periferia e no mundo dos excluídos de Porto Alegre atrás do jovem, e de seu equilíbrio,perdido em meio às mudanças pelas quais teve que passar.E a narrativa que faz dos quarenta dias ,em um caderno "da Barbie" que acaba como um "personagem" com quem conversa na sua escrita e a transformação contada que viram o plot principal do livro.Sua interação com os "desvalidos",moradores de favelas,moradores de rua e suas andanças e perrengues são contados como forma de desabafo e o caderno,o  interlocutor.Um "amigo",além dos "excluídos" e da empregada doméstica,com quem se identifica por ser também "brasileirinha"(classificação que a autora repete diversas vezes em relação às pessoas que vai encontrando na sua peregrinação).E a cada "buraco" em que se enfia,faz paralelos com a Alice no País das Maravilhas.


A leitura fluiu bem,não é uma escrita difícil e o livro,apesar da "volta" que dá para encaixar o relato no caderno,não tem nada de difícil,nada de inovador e não,a personagem não me cativou;achei irreal a forma com que deixa se levar pelas chantagens da filha e mais ainda o "mergulho" no underground para se "identificar" com alguém,Forçado,apesar da "naturalidade" com que foi mostrado.
E vem a pergunta:Por quê este livro foi premiado?!?!?!?Mistério!Ou foi supervalorizado ou a concorrência realmente estava pior.Daí,tive que concordar com a crítica da Natália Mondo(outra booktuber)que ficou como eu curiosa para saber o por quê de tantos elogios para esta narrativa.

Não é meu tipo de livro e não me conquistou (tô falando,tá difícil encontrar gosto nestas "leituras diferentes" que estou tentando para ampliar os horizontes.Não me acrescentou nada).


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